Pontos de Forças, Oferendas e Assentamentos

 Olá pessoal, tudo bem com vocês?

Até agora já estudamos um pouco da umbanda, os chacras, os tronos e os orixás. Deu para ter uma pequena ideia sobre essa religião maravilhosa, não é mesmo?

Agora vamos falar um pouquinho do que são e o que significa os pontos de força, as oferendas e os assentamentos.

Com certeza, todos já viram, no final de cada ano, pessoas de branco ou não, depositando no mar flores, perfumes, pedidos, não é mesmo? Pois é, essas pessoas estão oferendando a Iemanjá. Mas porque no mar? Porque o mar é o ponto de força desse Orixá. 

Todos os orixás tem seu ponto de força. Bora lá entender um pouquinho desse tema tão interessante e importante na Umbanda.

Os Orixás são Divindades de Olorum que concretizam sua criação e dão sustentação a ela o tempo todo, pois são, em si, os processos da criação.

Se analisarmos os Orixás a partir da natureza, nós os encontraremos nos próprios processos de criação de Olorum, o que justifica os cultos nos santuários naturais (Rios, Mares, Florestas, Pedreiras, Tempo e etc.).

Os santuários naturais ou também chamados de Pontos de Força são locais cujas energias são mais "puras" e facilitam a conexão com o "outro" lado da vida.

Nesses locais, podemos realizar cerimônias "abertas" nas quais são realizados cultos, evocações e onde é possível entrar em contato mediúnico com os guias e os orixás.

Mas qual orixá representa cada santuário natural?

• A Beira Mar é um ponto de força natural de Iemanjá. É tido como um "altar aberto" dessa Orixá.
• As Cachoeiras são pontos de força de nossa Mãe Oxum.
• As Matas são pontos de força de nosso Pai Oxóssi.
• As Pedreiras são santuários naturais de nosso Pai Xangô e da nossa Mãe Iansã.
• Os Cemitérios são pontos de força dos nossos Pais Omolu e Obaluaê.
• O Campo Aberto é o Santuário natural das divindades regidas pelo Tempo, sendo elas nosso pai Oxalá, Nossa Mãe Oiá e nosso Pai Oxumarê.
• Os Caminhos são pontos de força do nosso Pai Ogum.
• As Matas, Bosques, Lagos e Rios são pontos de força de nossa Mãe Obá.
• As Encruzilhadas são pontos de força dos nossos irmãos Exus.

Enfim, temos muitos pontos de força na natureza para cultuarmos, oferendarmos e evocarmos os Guias e Orixás.

Oferendas

A ordenação religiosa da Umbanda Sagrada segue sua ritualística própria, toda ela fundamentada em rituais estabelecidos no decorrer do tempo pelos sacerdotes e pelos Orixás.

As oferendas são atos magísticos e/ ou religiosos que carregam consigo um profundo significado espiritual, refletindo a devoção, o respeito e a gratidão dos praticantes pela proteção e bênçãos recebidas das divindades e entidades espirituais.

O sentido religioso é quando oferendamos nossas divindades reverenciando-as com amor, fé e respeito.

O sentido magístico é quando oferendamos nossas divindades e clamamos para que nos auxiliem em nossas dificuldades profissionais, amorosas, familiares e espirituais.

Ao realizar uma oferenda, estamos somente cumprindo com nossos deveres religiosos e estamos demonstrando nosso apreço, amor, respeito e fé por essas divindades ou entidades que se propuseram a assumir um compromisso com o Divino de zelarem por nós, seus filhos amados.

As oferendas devem ser realizadas com total respeito e sobriedade, ou seja, deve revestir-se de fé, amor e uma postura religiosa condizente.

A riqueza de uma oferenda não se dá pela quantidade de elementos e o quão caro possam custar e sim na intensidade que vibramos o nosso amor, fé e respeito pela divindade ou entidade oferendada em seu santuário sagrado ou em um templo adequado.

As oferendas podem ter várias finalidades, tais como:

• Oferenda de agradecimento
• Oferenda de pedido de ajuda
• Oferenda de corte de magia negativa
• Oferenda de descarrego, para retirada de espíritos desequilibrados até quebrantos, mau olhados.
• Oferenda propiciatória, ou seja, para a devolução do que lhe foi tirado por meio de magias negativas.
• Oferenda purificadora, para limpeza energética.
• Oferenda ritual de firmeza de forças da natureza.
• Oferenda ritual de assentamento de forças e poderem espirituais e dignos.

Na Umbanda, as oferendas são realizadas de diversas formas, cada uma com seu significado e propósito específico. Elas variam conforme o Orixá ou entidade a ser reverenciado, o objetivo do ritual, e as tradições seguidas pelo terreiro ou pelo devoto. 

Cada elemento presente em uma oferenda carrega um simbolismo específico, refletindo desejos de prosperidade, proteção e harmonia. Por exemplo, frutas simbolizam abundância e fertilidade; velas representam a luz que ilumina o caminho espiritual; e as flores trazem a energia da beleza e da pureza. 

Ao realizar uma oferenda, o devoto não só busca a proteção contra influências negativas, mas também atrai as energias positivas que promovem o crescimento, o bem-estar e a paz em sua vida.

Abaixo, seguem os principais tipos de oferendas:

• Oferendas de Alimentos: Os alimentos são elementos centrais nas oferendas, representando nutrição, abundância e sustento. Frutas, grãos e pratos específicos são comumente oferecidos aos Orixás. As frutas, como bananas e laranjas, são frequentemente oferecidas a Oxum e Iemanjá. Esses alimentos são escolhidos não apenas por suas propriedades nutricionais, mas também por suas energias simbólicas, que refletem as qualidades e poderes dos Orixás aos quais são oferecidos.
• Oferendas de Velas: As velas têm um papel significativo nas oferendas, simbolizando a luz, a fé e a ligação entre o mundo físico e espiritual. A cor da vela é escolhida conforme o Orixá ou entidade que se deseja homenagear ou invocar.
• Oferendas de Flores e Ervas: As flores e ervas são escolhidas com base em suas propriedades energéticas e em suas associações com os Orixás. As ervas, como a arruda e o alecrim, são usadas em oferendas para purificação e proteção. Além de serem símbolos de respeito e devoção, as flores e ervas carregam as vibrações da natureza, que são essenciais para criar um ambiente harmonioso e propício para a comunicação espiritual. 
• Oferendas de Bebidas: As bebidas também são importantes nas oferendas, sendo utilizadas para simbolizar a vitalidade, a energia e a fluidez das intenções do devoto. Cada bebida escolhida carrega um significado específico e é oferecida para estabelecer ou reforçar a conexão espiritual com os Orixás.
• Também podem ser oferendados cigarros, charutos, pedras, como fonte mineral, conforme o orixá ou divindade que está sendo oferendado.

Esses tipos de oferendas, quando realizados com fé e intenção, criam um elo poderoso entre os devotos e as forças espirituais, facilitando a manifestação das bênçãos desejadas e a proteção contínua dos Orixás.

Assentamentos

Um assentamento na Umbanda é composto por elementos simbólicos que representam e fortalecem a energia de uma entidade específica. Esses elementos podem incluir pedras, ervas, bebidas, velas, imagens e outros objetos consagrados.

Cada item é cuidadosamente escolhido e preparado de acordo com os atributos da entidade a ser assentada. O propósito é criar um ponto de força permanente, que facilite a comunicação e atuação dos guias espirituais no plano físico.

A importância do assentamento na Umbanda reside na sua capacidade de estabelecer um elo forte entre o mundo material e o espiritual. Ele proporciona um local físico onde as entidades podem manifestar suas energias de maneira concentrada e eficaz.

Na grande maioria dos terreiros de Umbanda, temos dois principais assentamentos: O Congá (ou Gongá) e a Tronqueira.

No Congá, ou assentamento da direita, é semelhante ao altar na religião católica. Nele se faz o assentamento do, ou dos Orixás, do dirigente da casa e de quantos mais a casa quiser cultuar, não existe uma regra definida. 

Na Tronqueira, ou assentamento da esquerda, se faz para Exus, Pomba giras, Exu Mirins e Pomba giras Mirins e aos guardiões do terreiro.

Podem também serem realizados assentamentos para as linhas de trabalho, como Ciganos, Erês, Baianos, Preto Velhos, Boiadeiros, e etc.

É importante distinguir entre assentamento e firmamento. O assentamento é um ponto de força físico e permanente, o firmamento refere-se ao ato de estabelecer uma conexão temporária com uma entidade através de rituais específicos, como velas, oferendas, etc.

O firmamento pode ser realizado para situações pontuais, enquanto o assentamento é uma estrutura duradoura. Ambos são essenciais, mas servem a propósitos diferentes dentro da prática umbandista.